sábado, 31 de julho de 2010

Classuda

Outro dia ouvi uma colega dizer que "mulher tem que ter classe". Fiquei chocada, porque, pra mim, a única coisa que todas as mulheres tinham que ter em comum era inteligência. Enganei-me. Depois dessa passei a reparar se todas as pessoas pensavam da mesma maneira. E constatei que sim. Como assim?! Achava que as mulheres tinham que ter personalidade, autenticidade, pensar e agir por suas próprias cabeças. Isso até que se aplica, desde que essas qualidades estejam dentro dessa forma tão admirada que é a classe. Você tem classe se espera caladinha, sorridente e pacientemente se a atendente da loja fica no telefone ao invés de te atender; se espera quietinha que o garçom demore até o final do happy hour pra trazer sua bebida; se não fala nada se o caixa do supermercado está em treinamento e leva 30 minutos pra passar um shampoo, uma blusinha e uma caixa de chocolate. Na verdade, a mulher de classe tem o tom de voz baixo, articula as palavras bem e pausadamente, movimentos leves e femininos, nunca está desarrumada e sempre cheirosa. E você só percebe o quanto isso é admirado quando é a única mulher "sem classe" da mesa. Daí, não importa o quão inteligente você seja, o quanto saiba conversar sobre todos os assuntos da rodada, ninguém te dá atenção. Se nós achamos algum dia que as ditaduras contra as mulheres tinham acabado, esse foi outro engano.

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