quinta-feira, 3 de novembro de 2011

A nova geração das mulheres que não gostam de si mesmas.


Uma novidade da tecnologia foi capaz de transformar a autoestima das mulheres da modernidade em crises existenciais, transtornos alimentares, vício em cirurgia plástica, compulsão por academia e tratamentos estéticos: o photoshop.
Desde o advento do photoshop nossas referências simplesmente se tornaram aquilo que não existe, referências que antes eram nossas mães, tias, primas mais velhas, vizinhas boazudas, todas mulheres de verdade, mulheres que conseguíamos ver suas rugas, sua celulite, estrias, cabelos brancos, unhas quebradas.
Nossas referências não usaram botox, nem conheciam a ultracavitação, ou tinham tempo de se afogar numa aula de spinning. Isso não é errado. Nem deve ser. Buscar um corpo bonito ou um rosto mais jovem faz parte de nossas vaidades e é até bastante saudável, para nos sentirmos mais bonitas, mais revigoradas e até (porque não?) conquistar aquele homem dos nossos sonhos. O problema começa quando começamos a achar que as mulheres de verdade, como nós, não merecem ser mais nossa referência. E passamos a nos espelhar em fotos, cobertas de photoshop, e usar isso como ideal de beleza, de saúde, de felicidade.
Aquela beleza não existe! E me impressiona que isso seja tão difícil de compreender, em um mundo onde as mulheres andam tão bem informadas! O seu referencial de beleza tem que ser você! Quer ficar mais magrinha? Mais esticadinha? Mais lourinha? Não tem problema nenhum! Mas eu sinto muitíssimo em te informar que você nunca será igual à Angelina Jolie. Ou à Megan Fox.
Gosto sempre de mencionar Sarah Jessica Parker e Anna Dello Russo. A primeira, atriz, nariguda, de meia idade, linda, radiante e ícone fashion. A segunda, editora de moda da Vogue Japão, tem feições grandes, exageradas e masculinizadas, mas é feminina, ousada e abusa do direito de se cobrir das roupas mais desejadas do momento.
Cada uma cuida de si (óbvio), mas não tentaram mudar nada daquilo que conhecemos como seus “defeitos”. Ao contrário, acredito que faça delas únicas e marcantes, mulheres poderosas, que desfilam suas características por aí, e que muitas de nós daria um dedinho pra estar no lugar delas.
Valorize aquilo que você é, aquilo que você ama, a sua inteligência, seu senso de glamour, sua capacidade de ser linda assim, com essa banhazinha ou com essa ruguinha, porque isso é louvável. Nascer Angelina e morrer pele e osso, é fácil, amiga!

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